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Dicas CW Tour: Viajar sem sair de casa #1

Estamos passando por um momento que nunca imaginávamos que seria possível.

Todos ilhados em suas residências esperando que tudo melhore logo.
Vamos aproveitar esse período para sonhar, planejar nossas próximas viagens, tudo isso vai passar!

Nós próximos dias iremos indicar leituras, filmes, games e outras atividades que nos permitam sentir um pouco através de histórias vários lugares do mundo.

Nessa primeira postagem serão 8 livros que te transportarão para locais diferentes no globo.

On the Road, de Jack Kerouac – Viagem pela Rota 66, Estados Unidos

Com pouco mais de 30 anos e sem perspectivas de um bom futuro, o até então fracassado Jack Kerouac embarcou em uma viagem de mais de sete anos pelos Estados Unidos, percorrendo toda a chamada Rota 66, que cruza o país de lesta a oeste. Em um ritmo alucinante, motivado por café e benzedrina, o escritor, acompanhado de seu melhor amigo, Neal Cassady, escreveu o que viria a ser a sua obra-prima, tida por muitos como a “Bíblia” do movimento hippie. Bebida, sexo e liberdade permeiam as mais de 400 páginas do livro que continua a inspirar jovens aventureiros pelo mundo.  Convivendo com tipos típicos da sociedade americana dos anos 50, como poetas, músicos, trabalhadores e fazendeiros, Kerouac e Cassady retratam a essência de uma verdadeira viagem, provando que o que importa não é a chegada, mas sim o caminho.

De carona com Buda, Will Ferguson – Japão

Um misto de diário de bordo e guia de viagem, De carona com Buda é um relato bem humorado de uma travessia pelas ilhas e ilhotas do arquipélago japonês. Com o auxílio de estranhos, literalmente de carona, o até então professor de inglês parte das ilhas Amakuza e cruza o país decidido a seguir a Frente de Flores de Cerejeira. A chegada da primavera é o pano de fundo perfeito e ponto de partida para uma aventura pelos templos e metrópoles, festas populares e até mesmo encontros com mafiosos do país. Mergulhando na cultura japonesa com um olhar por vezes satírico, Ferguson vai além dos clichês e mostra qual a cara contemporânea do Japão, sempre regado a muito saquê

A Ilha, Fernando Morais – Cuba

 

Em meio a uma ditadura que restringia qualquer relação com Cuba, agravada ainda mais pela Guerra Fria, o jornalista Fernando Morais viajou por três meses para as “linhas inimigas” da nação e retratou um país muito diferente do que se tinha notícia do lado de cá da América. O jornalista traçou um perfil não só social e humano, mas também ideológico de um país que era o inimigo preferido de boa parte do mundo. Dedicado a assuntos como educação, segurança, saúde, habitação, justiça, economia e cultura, o livro foi um dos maiores sucessos editoriais da história do Brasil, influenciando boa parte dos jovens esquerdistas da época.

The Road to Oxiana, Robert Byron – Afeganistão

Interessado nas riquezas arquitetônicas de Palestina, Pérsia e Afeganistão, o inglês Robert Byron embarcou em uma das jornadas mais lembradas em listas de melhores obras da literatura de viagem de todos os tempos. Saindo de navio da Veneza de Mussolini, ele percorre ruínas históricas, monumentos e prédios milenares de uma terra desolada, passando por Teerã, Isfahan, Herat, Cabul e Gumbad-i-Khabus. Em sua viagem, Byron passou calor, frio, fome, sede e sofreu com outros contratempos, como pulgas, piolhos e doenças, sempre a cavalo, de jumento ou em algum tipo de veículo motorizado.

Em seu caminho à torre de Qabus, no antigo país de Oxus, região fronteiriça entre Afeganistão e a ex-União Soviética, ele conviveu com os tipos peculiares que por lá andavam no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial. Bem-humorado e leve, é um livro essencial para quem planeja uma viagem aos confins do Oriente Médio.

As viagens de Marco Polo – Europa e Ásia

Como falar de relatos heroicos e inspiradores e deixar de fora o clássico As Viagens de Marco Polo? Envolto em lendas e histórias mal contadas, quando o Oriente ainda era uma incógnita para os europeus, o jovem italiano, então com apenas 17 anos, partiu para uma viagem que duraria 24 anos por terras até então desconhecidas. Escritas entre 1271 e 1275, as primeiras anotações da viagem revelam um pouco mais do império de Kublai Khan, filho do temido conquistador Gengis Khan, localizado na região de Catai, atual China. Após conquistar a confiança do imperador, passaram mais de 15 anos em sua corte e puderam atravessar regiões como a Pérsia (Irã), Bukhara e Samarcanda, o planalto de Pamir, Kashgar, Yarkand e Khotan, na Ásia Central.

Além disso, Índia e Sumatra também fazem parte dos lugares visitados pelo explorador. Ao voltar para a sua terra natal, Veneza, na Itália, Marco Polo é preso e dita toda a sua incrível história a um colega que a publica com o singelo título de As Viagens. E, desde então, a saga do jovem explorador italiano se tornou a maior e mais famosa viagem de todos os tempos, inspirando novos exploradores nos quatro cantos do mundo

O Grande Bazar Ferroviário, Paul Theroux – Europa e Ásia

Fascinado por trens desde pequeno, o americano Paul Theroux conta nas páginas de O Grande Bazar Ferroviário a façanha de cruzar a Europa e a Ásia, saindo da Inglaterra e chegando ao Japão, com o Expresso do Oriente. Como se não bastasse o feito, o escritor retornou ao Velho Continente a bordo do Expresso Transiberiano. Registrando suas impressões sobre os países pelos quais passou e sobre os tipos com os quais cruzou durante a viagem, Theroux revela, acima de tudo, a sua paixão pelos grandes caminhos de ferro. Dos trens-bala japoneses às velhas e até insalubres locomotivas russas, a viagem, embora sensacional, é só um detalhe na redescoberta de um imenso e funcional caminho que vai caindo em desuso por conta dos aviões e carros de passeio.

De moto pela América do Sul, Che Guevara – América do Sul

Com apenas 23 anos e cheio de vontade de conhecer as “veias abertas da América latina”, como diria Eduardo Galeano, o jovem Ernesto Guevara e seu amigo Alberto Granado subiram em uma motocicleta e percorreram a América do Sul, da Argentina à Venezuela, em 1952 – estudantes de medicina, passaram um largo período no Peru, onde cuidaram de pacientes com lepra. Antes de se tornar o lendário “Che”, o jovem aspirante a médico não andou só de moto, mas também de barco e de carona, já que a motocicleta quebrou no meio do caminho. O livro traz retratos de uma América Latina até então escondida e em 2004 serviu como base para Diários de Motocicleta, filme de Walter Salles.

Um Adivinho me Disse, de Tiziano Terzani – Ásia

O que fazer se for advertido por um vidente a não viajar de avião? Muita gente não daria ouvidos ao presságio, mas o jornalista italiano Tiziano Terzani, correspondente da revista alemã Der Spiege, resolveu aceitar o desafio e passou o ano de 1993 sem tirar os pés do chão. Um pequeno detalhe, ele estava na Ásia. Experimentando os mais diversos meios de transporte, como trens, automóveis, navios, riquixás e até mesmo o lombo de uma mula, Terzani redescobriu um continente até então secreto, mesmo para ele que morava lá havia anos. Saindo de sua casa em Bangcoc, capital tailandesa, o jornalista experimenta o tradicionalismo da Malásia, as ilhas perdidas da Indonésia e o regime populista da China.

Em meio a tristes e alegres momentos, Um Adivinho me Disse não ilustra somente os personagens da nova Ásia, mas também faz reflexões das transformações culturais e sociais do continente.

Uma ótima leitura para todos e lembrem-se, nesse momento fique em casa, exercite o corpo e mente.

Vem viajar com a gente mesmo em quarentena!